20 maio 2019

Tudo e Todas as Coisas - Livro X Filme

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O post de hoje é uma resenha, mas não é uma resenha. Provavelmente vai ficar estranho, mas peço sua compreensão. Sou estranha pra falar sobre as coisas e já deviam estar acostumados com isso depois de me acompanhar por tanto tempo. Enfim, vamos conhecer Tudo e todas as coisas.

A história

Madeline é uma adolescente que não conhece nada do mundo fora de sua casa extremamente limpa, branca e segura. Ela tem uma condição rara que a faz ter alergia a tudo e todas as coisas (um dos motivos pro título). Madeline vive com sua mãe (seu pai e irmão faleceram em um acidente quando Maddy era bem pequena) e tem a companhia constante de sua enfermeira, que é praticamente a única amiga dela. Maddy vive cercada por livros, livros quais ela faz resenhas cheias de spoilers na internet. Em sua página, ela também cria um dicionário com as suas definições para os mais diversos conceitos. Ler essas partes da vida on line da Maddy nos aproxima dela.
"in.fi.ni.to [...] 1. O estado de não saber onde acaba um corpo e começa o outro."
Extremamente inteligente, nossa protagonista cursa arquitetura há distância, com direito a projetar maquetes e tudo. Maquetes essas em que ela sempre coloca um pequeno astronauta.
Certo dia, entre leituras e estudo, Maddy vê que tem novos vizinhos. Estão descarregando as coisas o pai, a mãe e um casal de filhos e esse filho logo chama a atenção dela pelo seu jeito irreverente, espontâneo e suas roupas completamente pretas.
Logo eles trocam seus contatos e passam a conversar diariamente e a amizade surge, logo acompanhada do primeiro amor. Aquele mesmo, cheio de desafios e burradas por parte dos envolvidos.
"Ao que parece, um corpo é capaz de sobreviver só de conversas pela internet."
Logo, Maddy decide que a vida é muito curta para passá-la dentro de sua casa e resolve que precisa sair para ver Tudo e todas as coisas (o segundo motivo pro título do livro).

O livro

Tudo envolve riscos. Não fazer nada também é arriscado. A decisão é sua.A doença que eu tenho é rara e famosa. Basicamente, sou alérgica ao mundo. Não saio de casa. Não saí uma vez sequer em 17 anos. As únicas pessoas que eu vejo são minha mãe e minha enfermeira, Carla.Então, um dia, um caminhão de mudança para na frente da casa ao lado. Eu olho pela janela e o vejo. Ele é alto, magro e está todo de preto: blusa, calça jeans, tênis e um gorro que cobre o cabelo. Ele percebe que eu estou olhando e me encara. Seu nome é Olly.Talvez não seja possível prever tudo, mas algumas coisas, sim. Por exemplo, vou me apaixonar por Olly. Isso é certo. E é quase certo que isso vai provocar uma catástrofe.
O livro é um sick-lit, um gênero que eu gosto, mas não li tantos títulos assim.
Entendendo gêneros literários - Sick-lit
A doença de Maddy é rara e eu acho que já vi um filme com um protagonista com a mesma condição, mas, se não me engano, era uma comédia tipo pastelão.
Maddy vive em uma bolha. Fora sua mãe, sua enfermeira, raramente a filha dessa e realmente raras visitas de seu professor de arquitetura, ela vive isolada. Na entrada da casa existe um descompressor, que esteriliza cada pessoa que vai entrar na casa, um processo longo e chato. E essas pessoas tem que fazer exames regularmente para saber se não vão passar nada mortal para ela.
Cercada de livros, Maddy vive bem. Mas não acontece nada em sua vida, nunca. Até a aparição de Olly. Conforme vão conversando e, posteriormente, passando tempo juntos, ela decide que precisa ver o mundo á fora.
"[...]só que não posso dizer a ele como seus olhos são lindos. São azul-oceano Atlântico, exatamente como ele tinha dito, mas a diferença entra saber e ver ao vivo é como a diferença entre sonhar que estamos voando e voar de verdade."
Suas roupas vão começando a ganhar cores quando a garota compra roupas mais descoladas e que fogem do branco padrão de suas vestimentas e da casa toda. Pode parecer somente uma bobagem, mas pra mim mostra que ela está mudando seu interior, que sua vida está ganhando cores.
Em um impulso, Maddy deixa sua casa e recruta Oliver para uma viagem para o Havai.
Eu achei a escrita bem interessante e fluída. Tem suas falhas, mas vamos falar sobre isso depois.
Maddy é uma personagem incrível, assim como todos os outros. Eles tem falhas e acertos, ninguém perfeito aqui e isso ajuda muito na conexão que criamos com eles. Pra mim, foi uma leitura bastante satisfatória. Ao longo do livro, tem algumas ilustrações e diagramas, como se fosse o diário dela e acho isso incrível. Adoro diários.

"Passe um tempo com a sua mãe. Os garotos vêm e vão, mas as mães são pra sempre."
"Antes de conhecê-lo, eu era feliz. Mas agora estou viva, e as duas coisas são bem diferentes."
"Talvez crescer signifique decepcionar as pessoas que amamos."

Ficha Técnica do livro...

Título: Tudo e todas as coisas
Título original: Every thing every thing
Autora: Nicola Yoon
Editora Arqueiro
280 páginas
Ano 2017
Nota: 4
Nota no Skoob: 4.3




O filme

Maddie (Amandla Stenberg) está prestes a fazer 18 anos, mas ela nunca saiu de casa. Desde a infância, a jovem foi diagnosticada com Síndrome da Imunodeficiência Combinada, de modo que seu corpo não seria capaz de combater os vírus e bactérias presentes no mundo exterior. Ela é cuidada com carinho pela mãe, uma médica que constrói uma casa especialmente para as necessidades da filha. Um dia, uma nova família se muda para a casa ao lado, incluindo Olly (Nick Robinson), que se sente imediatamente atraído pela garota através da janela. Maddie também se apaixona pelo rapaz, mas como eles poderiam viver um romance sem se tocar?
Eu gostei do filme, achei uma boa adaptação, mas eu gostaria que algumas coisas não tivessem sido alteradas. Por exemplo, a meu ver, o quarto branco da Maddy, suas roupas todas brancas e tal's, são o contraste perfeito com Olly e, ao passo que ela vai usando roupas coloridas, vai meio que trazendo algo pro mundo dela, então eu queria que o quarto tivesse sido branco, assim como suas roupas. Também queria que o Olly tivesse dado a ela o apelido de Maddy como no livro. Ela já ser chamada de Maddy me deixou chateada.
Fiquei muito triste que o Zach, amigo do Olly, não apareceu no filme. No livro, ele tem um papel bem importante. Não colocaram ele mas colocaram a filha da enfermeira, que é somente citada no livro. E a aparição dela no filme é tão curta e sem sentido que não entendi.
"_Meus pais só acreditam em três coisas: família, educação e trabalho. 'Família' significa um homem, uma mulher, dois filhos e um cachorro. 'Educação' significa quatro anos de faculdade, e ' trabalho', nada que envolva arte. Ou esperanças. Ou sonhos de virar um astro do rock."
Outro detalhe que não curti foi que o Olly não passa tempo no telhado de sua casa e não tem tanto controle sobre seu corpo, quem faz a parada de mão é a Maddy. Detalhe bobo, novamente, mas que faz mais sentido como dito no livro. Pra Maddy, o fato de Olly ter tanto controle sobre seu corpo é algo invejável, visto que ela não possui controle algum sobre seu próprio corpo.
"Além do mais, eu sou forte - retruco e flexiono o bíceps - Faço levantamento de livros."
A atuação dos atores convenceu e a química entre eles foi bem bacana. Cada um entrou bem em seu personagem.  Infelizmente, o pessoa do roteiro não teve tanto sucesso. Eu sou a favor de cada um dos escalados receberem uma cópia do livro e esse ser seu roteiro. Ainda sonho com isso.
Eu achei a Amanda incrível no papel da Maddy, combinou super bem. Gostei do Nick como Olly, mas ele não é o meu Olly, sabe?
A trilha sonora do filme é bem boa.

Ficha Técnica do filme...

Lançamento: 15 de junho de 2017
Duração: 1h36
Direção: Stella Meghie




Algumas questões

E os materiais que ela usa para fazer suas maquetes? Não são prejudiciais a ela? E porque no filme ela tem um celular? A mãe dela, com toda sua super proteção, não sabe que celulares são moradia de bactérias nocivas?
Porque algumas pessoas são permitidas de entrar e outras não?
Ficarão algumas questões bobinhas, mas que são questões pra mim.

P.S.: Todas as quotes são do livro.

Tudo e todas as coisas foi uma leitura agradável, assim como um filme igualmente agradável, mas com seus defeitos, como toda adaptação. Mesmo com seus poréns, não foi o bastante pra me impedir de chorar horrores em diversas partes. Recomendo o livro pra quem gosta de livros YA, sick-lits e dramas familiares.

Me conta se já eu o livro ou se já viu o filme e o que achou da história. Concorda comigo ou sua opinião é diferente? Pode discordar de mim a vontade, mas com jeitinho, vamos manter a cordialidade, a internet agradece.



14 comentários:

  1. Oi, Lary!
    Quando li o livro, ele me decepcionou um pouco na época, mas gostei muito da adaptação. Apesar dos detalhes que você mencionou, ele até que foi fiel à história.
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Oi Lu
      Achei uma adaptação respeitável, mas sou muito detalhista.
      Beijos

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  2. Eu sempre prefiro os livros e quando assisto a versão em filme, fico bem decepcionada.
    Só vi o trailer do filme, mas não me interessei por ele.
    Bjus!

    galerafashion.com

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    Respostas
    1. Oi Adriana
      Acho que tiveram somente duas ocasiões onde achei a adaptação melhor que o livro. Eu gostei bastante, tanto do livro quanto do filme de Tudo e todas as coisas.
      Beijos

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  3. Não conhecia esse livro nem o filme, e depois desse post quero muito ler e assistir, agora estou necessitada, fiquei com muita vontade.
    Beijos

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    Respostas
    1. Oi Tha
      Não viu ninguém falando sobre ele? Ano passado teve um boom enorme com relação tanto ao livro quando ao filme...
      Beijo

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  4. Adorei essa comparação livro X filme, ficou muito legal! Já assisti Tudo e Todas as Coisas e, como tu disse, achei bem agradável, mas só isso. Não me fez chorar nem nada, senti que faltou alguma coisa, sabe? Masss quem sabe na leitura seria diferente, pretendo dar uma chance!

    Um beijão,
    Gabs | likegabs.com.br

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    1. Oi Gab's
      Foi bem isso mesmo. Achei oay, mas não me emocionou como outros filmes fizeram.
      Beijo

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  5. Oi, Lary!

    Eu adoro esse livro, e vi o filme um tempo depois de ler, então essas questões que você levantou acabaram passando batido pra mim. Mas bem que você falou da questão das cores! É algo que lembro bem e, de fato, poderia ter sido utilizado. Mas de fato, de um modo geral foi uma boa adaptação e atingiu o objetivo, nos fazer chorar hahahaha

    Beijos,
    https://caverna-literaria.blogspot.com/

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    Respostas
    1. Oi Le
      Estou tentando julgar menos os filmes de adaptação, tô tentando olhar mais a pintura como um todo, mas nem sempre meu senso crítico consegue não reparar nos detalhes.
      Beijos

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  6. Acho que na maioria das vezes o livro acaba sendo melhor, é difícil acontecer o contrário
    www.blogsereiando.com

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    1. 95% das vezes o livro é melhor. Mesmo assim, adoro ver as adaptações e comparar.

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  7. Oi Lary!
    Eu achei esse YA muito legal e com um ar até um pouco diferente dos que estou acostumada a ler! A adaptação eu achei mais ou menos, teve umas mudanças meio estranhas sim. Acho muito top o final dessa história!
    Bjs
    A Colecionadora de Histórias - Blog

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    Respostas
    1. Oi Carol
      Eu adoro um bom sick-lit e esse me levou a refletir bastante, principalmente como mãe. Me abriu os olhos pro fato de que é normal errarmos, só estamos tentando fazer o nosso melhor.
      Beijos

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Beijos de brigadeiro

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