Olá Amoras e Amores. Como faz um certo tempo que não trago notícias do mundo literário, fiz uma pequena entrevista com o Rick Miranda, parceiro do blog e que acabou se tornando um grande amigo para mim. Ao meu ver, a entrevista ficou bem bacana e acho que vai agradar a todos vocês, apaixonados por livros e por novidades. Bom, vamos a entrevista:
1- O que mais te inspira para escrever?
Muitas coisas, principalmente a minha vida
e coisas que não tenho coragem de admitir/falar/fazer. Ou coisas que não são
possíveis... Eu coloco protestos
silenciosos, coloco alguns amigos, parentes, zombo da arrogância de algumas
pessoas... Tudo que eu escrevo tem um porquê. Os personagens quase que
realmente existem. Eu me inspiro na realidade, na voracidade de um animal, numa
música, num filme, estado emocional, sonhos/pesadelos que já tive, e coisas do
tipo. O livro é nada mais nada menos do que o mais puro “eu”.
2- Qual o momento mais embaraçoso que aquela
ideia surgiu na sua mente e a única coisa que você pensava era “Preciso sair
daqui para poder escrever”?
Definitivamente o beijo lésbico do livro.
Foi muito embaraçoso quando tive a ideia, quase que eu disse “Ei, estou te
imaginando beijando uma menina nesse momento!” Eu estava num espaço muito
público e surtei, viajei e até ri sozinho. Sempre está acontecendo e minhas
expressões são muito reais, isso é realmente embaraçoso, pois não sabem o
motivo de eu estar rindo ou chorando sem motivos aparentes.
3- Qual foi seu primeiro livro e com quantos
anos começou a ler?
Não lembro, e para a surpresa de todos, não
sou um leitor muito eficiente. A literatura nem sempre esteve presente na minha
vida, e esteve muito carente na minha infância. Só escrevi esse meu livro
quando virei um verdadeiro leitor, um dos meus primeiros cinco livros me
fizeram escrever PFP.
4- Qual a maior dificuldade que você enfrentou
no começo?
As perguntinhas que eu fazia a mim mesmo:
“Será que estou escrevendo algo interessante ou um monte de bosta em forma de
letras?” “Será que isso é bom ou chato?” “Será que alguém já escreveu sobre
isso?” Sabe? A insegurança foi minha maior barreira. Fora a falta de experiência,
afinal, eu nunca tinha escrito NADA com mais de 3 páginas, no máximo.
5- Qual foi a reação dos seus pais e
familiares quando souberam que você queria ser escritor?
Quase que uma indiferença, e é assim até
hoje. Meus pais não ligam TANTO, mas sabem que é importante pra mim. O resto da
família gosta da ideia e usa mais pra encher a boca, enquanto apenas uma tia me
apoia de verdade e já até leu o livro.
6- Você acha que é difícil hoje em dia para
escritores brasileiros concorrer com autores internacionais, que são cada vez
mais valorizados por nós?
MUITO. Você pode ser o João Verde (Jhon Green, o queridinho do momento)
brasileiro, você pode até escrever melhor que a J.K (Será?), mas os
adolescentes nunca vão te dar o teu devido valor se na capa, não vier estampado
que foi um bestseller no New York Times. A maioria arrasadora dos leitores
desse país é adolescente ou chegando lá, e prefere um livro famoso estrangeiro
que está prestes, ou já virou, filme a um livro brasileiro, que sequer dá pra
sustentar, com uma vida razoável, seu autor. Eles não são nem um pouco
patriotas na música e na literatura menos ainda. Eu, por exemplo sou um pouco —
talvez muito — assim, tenho que confessar... Mas eu sei o valor da nossa
literatura, da música nem tanto, mas sim da literatura. Disso eu tenho certeza.
Renata Ventura é o tipo de autora que me faz acreditar na nossa literatura atual, e não só em coisas consagradas e antigas
como as intocáveis obras dos intocáveis autores.
7- Como você fica quando está sem inspiração?
Quase doente. Escrevo, apago, escrevo,
apago. Mas isso é bem raro. O difícil pra mim é parar de pensar em novas
possibilidades e hipóteses malucas para o livro. Às vezes tenho que analisar se
o que eu vou colocar no livro é algo “aceitável” e não tão louco.
8- Você recebe ajuda de seus amigos para a
criação de personagens ou se inspira neles para dar as características?
Me inspiro neles, e muito. Eles sabem às
vezes, mas a maioria nem sonha. Eu realmente não gosto de palpites na hora da
criação de estruturas primárias e fundamentais, como personagens, cenário, e
tudo mais. Algumas opiniões sobre detalhes são super benvindas, e tento não
escutar tanto os amigos, já que são como mãe. A opinião deles sempre é aquela
que podemos duvidar.
9-
Pretende ser
escritor por toda a vida? Se não, o que gostaria de fazer?
Não acredito que eu seja bom o bastante pra
viver de literatura, mas eu sempre vou escrever. Posso não estar sempre lendo,
mas escrevendo? Sempre. Eu vou me tornar estilista, ou algo na área de artes
cênicas. Esses são meus futuros alternativos. Nada muito certo.
- Quando não consegue escrever, costuma ir
para lugares diferentes buscar inspiração?
Não. Lugares nunca. Meu quarto é
sagradíssimo. Pra me inspirar, no máximo uma música. Não tenho problemas com
isso. Um bom incenso, música e um café já são o bastante. Tudo na minha cama,
no meu quarto.
|
Capa de PFP |
Seu primeiro livro, Perdida na Floresta dos
Pensamentos, foi criado com o intuito de ser algo só seu. O que te motivou a
divulga-lo?
O rumo que tomou. Eu percebi que estava
escrevendo algo que valeria a pena, talvez, ser lido. Eu criei uma intimidade
com minhas personagens e queria conversar sobre eles com outras pessoas, e
Anne... Anne tinha que ser conhecida e inspirar pessoas. PFP tem que passar sua
mensagem.
Como as personagens costumam aparecer para
você: Completamente formados, características físicas e emocionais, Aos poucos,
Em sonhos, Inspirados em pessoas que você conhece? Fale um pouco sobre isso.
Então... Eu penso num nome e vai fluindo
como um rio, tudo vem do nome. Daí eu recorro à etapa de “roubo” onde roubo
características de amigos e familiares, por último eu finalizo com detalhes
meus, tirados de mim e coisas inventadas, completamente inventadas.
Quais livros/autores te inspiram?
Então... Inicialmente, PFP seria uma versão
“corrigida e mais criativa” de Fallen, mas não foi. Não se reduziu a uma
fanfic. Eu tinha bastante material, e recomecei tendo em mente que era um
livro. Acho que, então, deve ser Fallen.
Suas personagens costumam te acompanhar em
seus sonhos? Já precisou acordar porque eles ficavam “conversando” dentro de
sua mente?
Mais ou menos. Eu durmo pensando nas cenas
deles. Eu penso em livros pra cada um deles. Minha relação mais próxima é com
Anne, eu amo essa menina.
Você tem uma “trilha sonora” pra quando
escreve ou prefere silêncio total?
Sempre com uma trilha sonora. Ouço muito
Evanescence na hora de escrever, e Lorde também.
Seu primeiro livro tem uma pegada mais
dark, mais sombria, por que?
Sempre vou ter esse lado. Meu primeiro
contato com o mundo das letras, produzindo, foi em 2012 (um ano antes de PFP).
Eu escrevia poemas góticos, muito sombrios e naquele estilo melancólico e
mórbido. PFP não é nem uma sombrinha perto do que eu escrevia. Por isso, sempre
vai existir um resquício desse tipo nos meus livros.
Tem alguma personagem que tenha sido
inspirada em você?
Todos têm um pouco de mim, mas a
personagem com mais teor Rickólico é Anne.
Escolher um título apropriado é uma das
tarefas mais difíceis. Você teve dificuldades ou o título surgiu naturalmente?
O título é pensado pra ser sugestivo e
curioso, não é dos melhores mas descreveu completamente o livro e o estado de
Anne. Acredite ou não, eu não tinha nada quando fiz o título, tem o tema, nem
Anne, nem nada. O livro saiu do título.
Além de escrever, tem algum outro
passatempo artístico?
Desenhar (moda), cantar, atuar. Amo esses
três.
- Dê dicas para quem está começando escrever
agora.
Solte seus instintos, não ligue para os
outros, mas evolua e esteja aberto para reconhecer seus erros. Siga em frente,
sempre e acredite em você. É trabalhoso, é irritante às vezes e tem que ser seu
chão. Se você conseguir pensar que conseguiria viver sem seu livro, pare de
escrever. Você tem que ser parte do livro e ele de você. Se ele morre, você
morre, então faça-o ser eterno e será também.
|
Rick, sua foto preferida para se representar na literatura. |
|
|
Espero que tenham gostado da entrevista. Se tiver alguma pergunta que queiram fazer para o Rick, deixem nos comentários que eu passo pra ele. Quem quiser saber mais sobre o livro, é só
clicar aqui neste link, onde tem a sinopse e algumas informações bem bacanas. Dependendo do numero de perguntas eu faço uma nova entrevista. Não esqueçam de deixar o comentário com a opinião de vocês, ela é muito importante pra mim. Beijos e até a próxima. Com carinho,
Lary Zorzenone.