Hoje eu tenho a honra de repassar para vocês a entrevista que eu fiz com a queridíssima Alice Canato, autora do romance "Amora". Quero agradecer a Alice por ter cedido alguns minutinhos do seu tempo para responder as minhas perguntas. Espero que com a leitura dessa entrevista, vocês se sintam mais próximos da autora e do maravilhoso livro do qual falamos nessa entrevista.
Entrevista: Alice Canato
01)-O que te deu inspiração para escrever o romance “Amora”?
Em primeiro lugar quero agradecer o convite.
Obrigada pelo carinho e pela oportunidade de poder entrar em contato com os
leitores através do seu blog. Desejo-lhe muito sucesso.
Bem, eu já tinha uma estrutura montada quando
decidi escrever “Amora”, e sabia mais ou menos como seria o romance, eu só não
sabia como transformar os meus pensamentos em palavras escritas; foi um
aprendizado. Escrever um livro bem elaborado é uma tarefa que exige total
envolvimento, não é um trabalho que termina no final do dia; a história não nos
abandona, ela se mistura ao nosso cotidiano e tudo que nos cerca pode ser fonte
de inspiração e se transformar em ideia para o texto. No meu caso as músicas e
os livros foram essências para o processo criativo. Existe uma trilha sonora
inteira por trás de “Amora”; além disso, eu sempre recorri a uma boa leitura
quando me imaginava vazia de palavras.
02)-De onde surgiu a idéia para o título do livro?
A princípio
eu não pensei no título e nem mesmo nos capítulos, escrevia aproveitando as
minhas antigas anotações e as novas idéias que iam surgindo; mas conforme o
texto foi tomando forma passei a sentir a necessidade de nomeá-lo, e mais uma
vez uma música me inspirou. Nada mais óbvio, a ideia surgiu espontaneamente quando
ouvi a toada “Amora” de Renato Teixeira, naquele momento eu percebi que havia
encontrado o “tema de abertura” do meu livro.
03)-Quando você descobriu que queria ser escritora?
Esse não foi um caminho pensado, eu não acordei
certo dia com vontade de ser escritora, apenas senti uma necessidade muito
grande de canalizar essa energia que estava represada dentro de mim. O processo
foi mais de aceitação do que de vontade. Tive que trabalhar com a idéia de
tornar público algo tão particular quanto os meus pensamentos. Sempre tive o
hábito de imaginar histórias e de fazer anotações delas, mas comecei a me
indagar: por que eu fazia aquilo? Então percebi que tanta imaginação só fazia
sentido em uma escritora. Foi em 2.009 quando parei de fazer anotações e
comecei a escrever o romance “Amora”.
04)-Já tem planos para um novo romance?
Sim, tenho muitas idéias que gostaria de colocar em
prática; já comecei a fazer algumas anotações, mas no momento parei com a
produção de texto para me dedicar à divulgação de “Amora”. O livro impresso
saiu há apenas um mês e o lançamento do livro digital está previsto para a
segunda quinzena de outubro, por enquanto ainda estou muito envolvida com esse
projeto, preciso finalizá-lo para me dedicar a outro com tranqüilidade.
05)-O que você gostaria de dizer para os fãs do seu trabalho?
Quero principalmente agradecer o carinho de todos.
O processo de publicação de “Amora” foi longo e trabalhoso, não é fácil iniciar
a carreira de escritora no Brasil. No momento em que, através das palavras,
damos vida a uma personagem, passamos a ter a responsabilidade de torná-la real
dentro de uma ficção; para que a história se torne convincente, precisamos
fazer com que o leitor sinta toda a carga emotiva contida no texto e para isso
trabalhamos com a nossa própria emoção. É um processo bastante intenso que
exige total dedicação por parte do escritor; então quando terminamos um livro,
tudo o que queremos é torná-lo público e é aí que começam as dificuldades. Enfim,
o romance “Amora” percorreu e continua percorrendo um longo caminho até chegar
às mãos do leitor; e é com uma grande alegria que percebo as diferentes reações
que ele provoca em quem o lê, ainda não encontrei ninguém que ficasse imune ao
seu texto; e isso é a maior satisfação que um escritor pode ter.
06)-Quando criança quais eram os seus livros preferidos?
Eram os livros ilustrados dos contos de fadas, acho
que eles são uma unanimidade entre as crianças de todos os tempos. Os príncipes
e as princesas das histórias clássicas dividem com os animais falantes das
fábulas uma grande responsabilidade na formação dos pequenos leitores.
Lembro-me ainda de duas leituras que me causaram impacto na infância: “O
pequeno príncipe”, que dispensa explicações; e “Poliana”, a atitude otimista
daquela menina, certamente contribuiu para o prazer que sinto no hábito da
leitura.
07)-Qual o autor da atualidade que você mais admira?
Tem muita gente boa produzindo textos de excelente
qualidade, cada um com o seu estilo, é claro. Sou bastante eclética e gosto de
muitos, mas posso citar dois em especial: Markus Zusac e Carlos Ruiz Zafón.
08)-Quando descobriu o seu amor pela leitura?
Quando criança eu gostava muito de ler gibis e nas
férias esperava ansiosa pela compra dos livros escolares; o de português, em
especial, que sempre trazia textos ilustrados que eu lia antes de começar as
aulas. Além disso, naquela época não tínhamos acesso ao computador e a todas as
facilidades que ele oferece; era muito natural freqüentarmos a biblioteca da
cidade a procura de material para as pesquisas escolares, aquele ambiente
recheado de livros certamente me influenciou; acredito que foi daí que surgiu o
meu amor pela leitura.
09)-Qual o livro que você leu mais vezes até hoje? Quantas vezes leu ele?
Li “Amora” incontáveis vezes antes de liberá-lo
para a publicação procurando por erros microscópicos, mas obviamente para mim
ele é “hors-concour”. Então o segundo livro que eu li mais vezes é seguramente
“Ou isto ou aquilo” de Cecília Meireles; lia as poesias para os meus filhos
quando eles eram crianças, não sei exatamente quantas vezes.