"Salvar vidas era o que eu fazia. E aquela, envolvida em meus braços, também era uma."
Poderia existir moralidade em se preocupar com vidas animais quando tantas humanas padeciam? Poderia existir sentido? Poderia existir um limite para a compaixão que se pode possuir? A resposta talvez não seja óbvia, porque a pergunta tampouco é. Uma jovem, solitária e amedrontada enfermeira. Um jovem, ferido e assustado pássaro. Um encontro que poderia carecer de significado, mas que acabou mudando vidas. A da ave. A de Madison. E a de tantos animais que cruzaram seu caminho a partir de então. Este é o relato de uma mulher que se arriscou ao enxergar o invisível. É a confissão de uma mulher que ousou agir movida por suas próprias convicções. É a história de alguém que teve dúvidas, conquanto humana, mas que seguiu mesmo assim, pois é isso o que mulheres fazem. O drama de alguém que não salvou “apenas” animais. O drama de alguém que salvou vidas.
O (até o momento) último lançamento físico de Camila Pelegrini é um daqueles livros que nos dá um tapa na cara, nos ajuda a acordar para a realidade e, não, ela não é bonita e florida como gostamos de imaginar.