09 março 2019

Resenha #158 - A maldição do lobisomem

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Livro recebido em parceria com o autor. Todas as opiniões aqui presentes são minhas, sem interferência, na tentativa de passar o que senti ao longo da leitura.
Como seria nosso mundo se o lobisomem não fosse apenas um mito? Esta é a pergunta que a obra Crônicas da Lua Cheia – A Maldição do Lobisomem tenta responder.Alexandre é atacado por um lobisomem, mas escapa quase ileso com apenas uma mordida. Desse momento em diante, sua mente jaz adormecida nas noites de lua cheia. Sob o halo prateado do plenilúnio, seu corpo se altera radicalmente para se transformar num ser animalesco, faminto e sanguinário.Solitário, a contraparte bestial de Alexandre, aprende a sobreviver longe da proteção da alcateia e se ressente das limitações da sua existência noturna, bem como das excruciantes dores da metamorfose arcana. Quando finalmente encontra seu lugar no seio de um grupo de lobisomens, Solitário descobre que uma obscura profecia, conhecida apenas por um velho licantropo exilado, pode ser a chave que poderá libertá-lo da sua maldição: a coexistência com seu alter-ego humano.Dessa forma, a vida mundana de Alexandre e a busca de Solitário vão convergir para um evento que afetará sobremaneira a vida de ambos. E, no final, só pode haver um.

Tivemos resenha de um livro de vampiros diferente do que estamos acostumados e agora é um com lobisomens. Em A maldição do lobisomem, acompanhamos Alexandre. Alexandre foi atacado por um lobisomem certa noite, e se tornou um licantropo. Após alguns ciclos lunares se passarem em conflito com sua contraparte lupina, Ale aceita o fato e passa a coordenar seus dias para que esteja livre durante a lua cheia, que é quando o lobo está livre para caçar. O Alexandre é um personagem bem sarcástico, meio grosso muitas vezes e parece que ele não tem muitas habilidades sociais. o Solitário é sanguinário, mas o traço mais importante da personalidade dele é que ele está cansado de ter que dividir a sua vida com o seu hospedeiro.
Em uma viagem a São Paulo, ele é convidado a se juntar a um motoclube onde todos os membros são lobisomens e, após passar no teste e entrar pra alcateia, seu lobo recebe o nome de Solitário. Desde que entra, Alexandre enfrenta dificuldades com o Alfa e isso pode não ser muito bom pra ele.
"Só as religiões, com seus dogmas e pecados, conseguem fazer com que um homem bom faça uma coisa má. A religião forma fanáticos e eles conseguem realizar um mal absoluto de forma entusiástica, sem dúvidas ou arrependimentos, apenas imbuídos de uma convicção que lhes foi imposta por homens que dizem falar com Deus."
Vamos lá. O que achei bastante diferente nesse livro é que as cenas dos ataques de Solitário não são fantasiosos, não são bonitos e nós não somos poupados. Sangues, vísceras e vítimas semivivas fazem parte da narração. Pra mim, pessoa frágil e de estômago sensível, foi difícil me acostumar com toda essa brutalidade, mas uma vez passado o estranhamento, você percebe que tem que ser narrado assim. Não tem nada de belo, poético ou fofinho em ser atacado por um lobisomem. E o bicho também não está a fim de tomar cuidado, ser bacana nem nada do tipo. Ele está preso, dividindo o corpo com outra pessoa e quando se vê livre, quer saciar sua fome de carne e pela caçada.
Esse é, na minha opinião, o ponto que mais o diferencia de outras histórias do gênero.
Como eu disse, levei um tempo pra me acostumar com a narrativa bruta, outro ponto que pode ter me atrasado um pouco na leitura também é o fato da narrativa não ser linear. Ela vai e volta no tempo a todo momento e pode ser um pouco confuso entender em qual parte da história estamos. Cada início de capítulo tem uma data, entretanto eu não conseguia me lembrei da data do capítulo passado assim que começava um novo, então não sabia se estava indo em frente ou se tinha voltado na linha cronológica. Após ler alguns parágrafos eu já me situava, mas é um recurso complicado, principalmente pra quem está se aventurando na literatura agora.
Outro ponto que acredito que pode afastar novos leitores é a linguagem empregada. O autor usou de linguagem formal, muitas vezes rebuscada, para narrar sua história. Não é um ponto negativo, tampouco positivo. É só um fato. A mim, incomodou algumas vezes essa linguagem rebuscada em momentos que eu acreditava serem inapropriados.
Existe um romance na história e é um romance fofo, real e bem gostosinho de acompanhar, embora te deixe apreensiva por suspeitar a que fim levará. O romance é bem segundo plano, não é o foco da história e, mesmo tendo motivos para existir na narrativa, não é o ponto, não é por isso que lemos. É quase um bônus. Aqui tenho que dizer que o final que o autor deu pra obra foi de quebrar meu coração e me deixar chorando por longos minutos.
Tem várias referências pop no livro e sempre gosto quando isso acontece em low fantasy. Enquadro esse livro como sendo de fantasia/suspense quase terror. Se você, como eu, é bem sensível com relação a mortes e tal's, pode não ser o melhor livro pra você, mas se curte essa vibe, está cansado de lobisomens fofinhos e quer algo mais sangrento, seja bem vindo a alcateia.

Ficha Técnica...

Título: A maldição do lobisomem
Autor: Clecius Alexandre Duran
Editora Giostri
268 páginas
Ano 2016
Nota: 4
Nota no Skoob: 4.4
Compre o livro


Adoro quando meus livros vem autografado 




Trechos da profecia estão espalhados pelo livro




Pra quem, como eu, se confunde com a narrativa não linear, no final do livro tem a cronologia dos acontecimentos de forma resumida.


Concluindo: Um livro forte, com uma narrativa pesada e que deixa de lado todo e qualquer cuidado com o leitor. Visceral, pesado, cruel. A maldição da lua cheia é um livro sobre lobisomens como eles surgiram, monstros aterrorizantes e sem arrependimento algum.

Me conta se já conhecia essa obra, se já leu e o que achou. É uma história estilo O médico e o monstro, então se você curte esse estilo, se joga. Me conta se você prefere os lobisomens malvados, ou os bonzinhos. Um beijo e até a próxima.



4 comentários:

  1. Ainda não conhecia a obra, Lary, mas pela resenha já vejo que não faz muito o meu estilo. Não sou muito de histórias com lobisomens/zumbis e esse estilo, sabe? A linguagem formal também me deixou com um pézinho atrás. De qualquer forma, adorei a resenha!

    Um beijão,
    GABS | likegabs.blogspot.com

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    Respostas
    1. Oi Gabs
      É uma história que foge completamente do meu estilo de leitura. Eu adoro fantasia e seres fantásticos, mas nunca tinha lido algo tão sanguinário.
      Beijo

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  2. Muito interessante o livro, realmente bem diferente das narrativas mais românticas e fantasiosas que lemos por aí...


    www.estante450.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi Cássia
      É bem diferentão mesmo. Uma vibe bem mais pesada do que o comum, nas literaturas mais atuais.

      Excluir

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