08 agosto 2018

Resenha #149 - Fragmentos

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Livro cedido para resenha em parceria com o autor. Todas as opiniões aqui presentes são minhas, sem interferência, na tentativa de passar a vocês o que senti ao longo da leitura.
O jogo de sentidos que as palavras e as rimas proporcionam, os múltiplos significados de um mesmo texto produz em leitores diferentes - que misturam seus sentimentos e experiências com as palavras do autor -, tornam o texto poético uma força ímpar.Nessa perspectiva, de produzir sensações, se possível, em alguns momentos, que fossem para alguns arrebatadoras, profundas, intensas, é que nasceu Fragmentos, com belas ilustrações coloridas de Phelipe Oliveira.Elas enchem os olhos e os atraem para o elemento central: a palavra.São fragmentos em versos, memórias, desejos, palavras em desenhos.Um lindo presente para sentir e refletir.


Eu sempre falo da dificuldades em resenhar livros que não sejam romances e persisto nisso. Em Fragmentos, temos incríveis poemas separados em cinco partes: Epitáfio; Inverno; Outono; Tempestade e Prelúdio. Eu achei muito legal essa divisão, embora eu não entenda porque o Inverno veio antes do Outono. Confesso que isso me dá um pouco de agoniazinha. Como devem imaginar, eu li a parte do Outono no Outono e a do Inverno no Inverno. Me desculpem, mas adoro isso.
"Se a preguiça é maior que a saudade,
Não é amor, não é paixão, nem desejo.
É catarse, é comodismo, é cinismo.
É nada!"
Vamos falar sobre a obra. Eu achei os poemas muito lindos. Todos eles tocantes e reflexivos. Em cada uma das divisões, encontramos um tipo de poema. Em Tempestade, por exemplo, temos os poemas mais conturbados, sobre o ser humanos e suas falhas. Eu senti que tem um motivo especial pra cada poema estar onde está, sabe?
"Abominável mundo cinza,
Que o veem branco os caucásios,
E os mulatos são vistos negros,
E os negros são vistos pretos,
E os pretos não são vistos. [...]"
Tem alguns pequenos contos/crônicas e eu gostei muito disso. Essas histórias mais longas realmente me ganharam e fizeram com que eu ficasse refletindo sobre elas um tempo. O que mais gostei nesse estilo foi Para além da vida, presente na página 93. É sarcástico e divertido, ao mesmo tempo que fala sobre algo tão comum no nosso dia a dia. Adorei.
"É claro que o anúncio seria mais condizente com os fatos se fosse assim: 'Dagoberto (Daguinho) safado, tralha, traste e marido dissimulado, deixa esposa Bianca, o filho Reinaldo, duas amantes e contas a pagar bem maiores do que a receber. Só não deixa saudades. Que arda no inferno.'"
Sobre a edição do livro. Eu gostei muito. Cada uma das divisões tem uma cor e ai todos os poemas são nessa cor, tem desenhos que tem ligação com o escrito... É um livro bem dinâmico. Eu não amo a capa, mas também não odeio. As folhas de dentro são brancas, o que eu não curto muito, mas também não é abominável. Acho que faz sentido ser brancas as folhas já que ele tem tanta cor dentro dele. A revisão está perfeita, as fontes também e ele é como um livro de poesia contemporânea tem que ser: divertido e intenso.
"A ética não é aprendida pelos homens de bem.
Ela integra os homens de bem.
E está, também, encarnada nos direitos,
Estes a proteger até os desdenhosos,
De todos... e deles mesmos."

Ficha Técnica...

Título: Fragmentos
Autor: Rodrigo Cherobin
Editora Indigestus
130 páginas
Ano 2015
Nota: 4
Nota no Skoob: 4.6



















Concluindo: Um livro incrível pra ir lendo aos poucos, saboreando, refletindo, mergulhando, aproveitando, pensando, discutindo. Gostei muito da experiência de ler esse livro. Rodrigo mostrou ter um sensibilidade ímpar para tratar dos mais diversos temas.

Já sabem como eu gosto de ler livros assim, leio aos poucos, algumas poucas páginas por dia, em horários alternados, lendo quando quero dar uma descansada das outras leituras ou quando preciso de um tempo pra mim. Me conta se já leu esse livro, se já conhecia e se gosta de ler poemas e, se gosta, como faz a leitura de livros de poemas. Espero que tenham gostado da resenha. Um beijo de brigadeiro e até a próxima.



4 comentários:

  1. Hahahaha acho que também teria um pouco de toque ao ver o inverno antes do outono hahahahahaha Poesia é algo que precisa de muita inspiração para ler confesso... eu não leio com constância. Mas gostei muito das suas considerações. Bjs Mona www.dividindoexperiencias.com

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    Respostas
    1. Oi Mona (tô adorando esse seu nome incrível)
      Existe uma diferença entre poemas e poesia. Pretendo falar sobre isso aqui em breve. Eu não era muito uma garota de poemas, mas acabei descobrindo que gosto deles sim, só preciso estar no clima.
      Beijos

      Excluir
  2. adorei conhecer esse livro, toda a arte, a edição é muito linda!!

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

    ResponderExcluir

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