O sorriso da Monalisa e muitas reflexões

Eis mais um filme que estava na minha lista a algum tempo e eu ficava postergando e fico me perguntando porque fiz isso. Um filme maravilhoso. Um filme sobre feminismo, sobre coragem, sobre educação, sobre tradições e sobre escolhas. Acredito que acima de tudo é um filme sobre escolhas. Vamos falar hoje sobre O sorriso da Monalisa.

Tudo começa na universidade de Wellesley, no outono de 53. Essa é uma universidade somente para garotas. E o que tem no currículo? Tem cursos parecidos com: como se portar a mesa que ensina, entre outras coisas, como agir em um jantar de negócios do seu marido em sua casa. Não sei outra forma de dizer isso. Lá era um lugar para formar super inteligentes e submissas esposas, que teriam sua inteligência trancada dentro de si. Pra essas meninas, ir aquela universidade servia para conseguir um bom casamento.

E ai entramos naquela velha história de que só haviam garotas brancas e de famílias ricas. Nenhuma novidade pra época.

E tudo é assim, cheio de regras não ditas até a chegada da professora Katherine, que vai ensinar história da arte. Katherine não é casada, não tem filhos e ama dar aulas e quer conhecer o mundo. Ela é bastante julgada e recriminada por essas escolhas.

Muitas reflexões podem ser feitas com esse filme. Tem cenas muito lindas e diálogos emocionantes. Um, em especial, me chamou muito a atenção, que uma das estudantes diz que não é porque ela quer ter uma família, marido, filho e cuidar da casa que isso quer dizer que ela é menos inteligente do que a professora.

Fala sobre traição e só nos mostra o quanto aquelas garotas estavam despreparadas para a vida. Foram criadas para serem esposas, e não pessoas individuais. E essas garotas não tinham acesso algum a métodos contraceptivos de forma legal (eles eram ilegais, pois é), então era uma criança atrás da outra, uma loucura.
Em certo ponto, Kat se envolve com um dos professores da escola e é bem interessante ver esse relacionamento dos dois. Ela, sendo feminista e super independente, vai ensinar muito a ele. É um relacionamento estranho e meio que não faz sentido, mas é interessante.

Eu achei o final dele tão incrível. Acho que mostra como que casamentos que não fazem sentindo acabam. E mostra a união entre essas garotas que tanto competiam entre si.

Foi em outra época, eu sei, mas tem tantas pessoas que ainda passam por isso. A gente se acha super moderninho, mas temos pensamentos muito antiquados sobre muitos assuntos. Ainda vejo muitas garotas serem recriminadas por não quererem casar ou por não quererem ter filhos, como se fosse somente pra isso que elas servissem. Muito do serviço doméstico e cuidado com os filhos ainda é deixado nas mãos das mulheres, assim como várias outras atividades consideradas femininas.

As pessoas tem que entender que tanto homens quanto mulheres tem capacidade de fazer qualquer serviço doméstico e qualquer outro tipo de serviço e isso não torna nenhum dos dois superior ou inferior. A partir do momento que meninos e meninas forem ensinados a cuidar de uma casa, as coisas já começam a melhorar. E sobre crianças a coisa é a mesma. Porque recriminamos um menino quando ele brinca com uma boneca? Incentive ele a cuidar do bebê. Quem sabe assim venhamos a ter uma geração de pais que saibam o que estão fazendo com seus filhos. Sua filha quer brincar com arminhas e carrinhos? Brinque com ela (embora eu seja contra armas de brinquedo e não deixe o Miguel ter), ensine ela a "dirigir".
Eu venho buscando assistir mais filmes que falem sobre feminismo e a mulher na sociedade, acho que já perceberam pelos posts aqui. Se tiver mais recomendações de filmes assim, me indiquem.

Me conta se você já viu esse filme e se concorda com as minhas reflexões sobre ele. Vamos conversar aqui um pouco sobre o assunto, porque pode ser que eu tenha me enganado ao dizer essas coisas, vai saber. Talvez, a sua interpretação dele seja completamente diferente.

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