05 junho 2018

Sobre ser da geração Y e todas as ansiedades e neuras de ter vinte e poucos anos

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Vi o vídeo no TED com a apresentação da Jout Jout (Sim, estou apaixonada por ela) e ela fala sobre as agonias da geração Y, nós, reles mortais entre os vinte e os trinta. Entre eles está a necessidade de não nos acomodarmos, afinal de conta nós precisamos mudar o mundo HOJE. Nós não podemos trabalhar em escritório, tá louco? Pra aceitar trabalhar num escritório ele tem que ter um escorrega e a gente pode trabalhar de pijama (palavras da diva Jout). E toda essa urgência acarreta em muitas crises de ansiedade.
Diferente das outras gerações que buscavam um emprego estável, com benefícios e salário certinho todo dia 5 na conta, a nossa geração quer ser dona do próprio negócio. E isso não é errado, galera, mas tipo, só mudaram a cobrança. Tipo, se você já tem uns 27 anos e ainda não tem uma marca de sucesso, você está louco meu querido. Você precisa começar seu empreendimento hoje. Por que você trabalha pra alguém quando tem tanto potencial pra criar algo incrível que vai mudar o mundo?
Entendem o que quero dizer?
Eu me vi esses dias desesperada por um motivo tão bobo que eu nem sabia se ia compartilhar isso aqui, mas cheguei a conclusão que vocês podem se identificar e tirar algo disso, então vamos lá pra minha vergonha.
Não sei se vocês sabem, mas um dos meus maiores desejos da vida é ser reconhecida como escritora. Mas não se anime muito. Eu ainda nem terminei meu primeiro livro. Estou trabalhando nele, mas nunca acho que está bom e, a cada seis capítulos que escrevo, releio e mudo tudo. E isso começou me dar um desespero gigantesco porque eu faço 25 anos esse ano e eu já li livros de pessoas que tem 20, menos ou são pouca coisa mais novos que eu. E o motivo do desespero é simples: Como eles, que são mais novos do que eu, já conseguiram realizar O MEU SONHO? Eles conseguiram porque no lugar de ficar se comparando com os outros, foram lá e escreveram, simples assim. Mas saber disso não me fez ficar menos desesperada e sim me sentindo um lixo, querendo deitar em posição fetal e chorar até acabar o mundo.
Conseguem ver o problema? A gente tem tanto essa necessidade de ser pessoas incríveis que a pressa faz com que o oposto aconteça. E por que temos pressa? Porque a nossa escolha de agora vai ser PRA SEMPRE. Você nunca mais vai poder mudar de ideia, de emprego, de faculdade. O que você escolher agora vai te acompanhar para todo o sempre e vai ditar como sua vida será. Claro que não é assim que a banda toca, mas é isso que nos dizem.
Fala se isso não é desesperador?!
E qual é a solução pra essas nossas mazelas, Lary? Bom meu querido leitor, eu não tenho a menor ideia. Acho que é entender que cada pessoa tem seu próprio ritmo, seu próprio talento. Recentemente ouvi de pessoas que deveriam me apoiar a frase: "Mas no que você é boa, afinal?" Eu sou boa nuns troço estranho que não rendem um emprego tradicional. Sou boa em ler livros e dar minha opinião sobre eles, encontrar erros de revisão e coisas assim. Sou boa em dar conselhos, em ouvir as pessoas falando. Sou uma boa mãe, pelo menos eu acho. Estou tentando com tudo que tenho criar um ser humano decente pra esse mundo sacana. Isso já é algo, não? Sou ótima em ver série. Me empenho nisso como poucos. Sou ótima também em ver filmes. Caramba, como eu sou boa nisso. E em ouvir músicas. Se você souber uma profissão que contrata pessoas com essas características, me chama.
A loucura nisso tudo tá em que muitas pessoas reconhecidas hoje, foram ter seu sucesso depois de muitos anos de burrada, de falhas. A gente tem essa aversão tão desesperada em falhar que acaba não tentando. E se der errado, colega, começa de novo. É okay recomeçar. O mundo não vai acabar se o seu plano não der certo de primeira.

Me conta aqui se você passa por isso também. E, se passa, me fala o que você faz pra se acalmar e perceber que o mundo não vai acabar porque tem uma pessoa de 16 anos que já fez o que você planejava fazer antes dos 40. Vamos nos ajudar a sobreviver a isso tudo.



14 comentários:

  1. Mirmã, nem fala de ansiedade. Faz tempo que não tenho uma crise, ainda bem.
    Sobre seu sonho de ser escritora, não desista. Pode demorar? Pode, mas quando alcançar, vai ser merecido.
    Beijos
    Balaio de Babados

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    1. Desistir não é uma opção. Eu só preciso aprender a ter mais paciência comigo.
      Beijos

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  2. Oi minha querida! Passei por isso também, to com 26 e a mesma coisa do livro. Já tive publicações em antologias mas pensei: e agora?
    O que a gente precisa aprender é ter menos urgência mesmo, e fazer coisas para escapar dessa ansiedade!! Fácil? Não! Mas não impossível.
    Beijinhos

    Blog Coisas da Juu

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    1. Oi Ju
      É horrível me sentir assim. Eu sei conscientemente que cada pessoa faz as coisas no seu tempo. Mas o duro é a ansiedade cochichando no ouvido: olha lá a fulana conquistando tudo o que você quer. E ela não tem nem 20 ainda.
      Beijos

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  3. mt bacana esse bate papo acho que tds as idades, tds as fases nos trazem algumas neuras, apesar de que com o tempo vamos aprendendo...eu estou com 30 e poucos e com mts coisas ainda por resolver comigo msm

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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    1. Eu tento muito não cair na pilha de ficar pensando nessas coisas, porque se não eu piro.

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  4. Tenho ouvido falar muito sobre essas conferências TED e vejo como podem influenciar-nos a ver o mundo com outros olhos. Assim, consigo identificar-me com o que escreveste, pois também eu estou prestes a fazer 24 anos e quase a entrar em desespero por ainda não ter atingido os meus objectivos! De facto, às vezes é preciso sentar e fechar os olhos, inspirar, expirar e aí sim pensar "calma, está tudo bem" :D

    Nomeei-te para o Sunshine Blogger Award! Visita o link:
    http://missdeblogger.blogspot.com/2018/06/sunshine-blogger-award.html

    Fico à espera das tuas respostas ^^,

    Beijinho!

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    1. Oi querida. Primeiro, obrigada pela nomeação. Estou indo conferir pra poder responder assim que se encaixar no meu cronograma.
      Esses desesperos parecem muito comuns, o que é meio desesperador também.
      Beijo

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  5. Eu não sei se sou exatamente dessa geração Y porque já passei dos 30. Mas reconheço algumas coisas que você disse no post, como a necessidade de ser uma pessoa incrível, o medo de falhar e a sensação de que nossas escolhas são eternas, não podem ser mudadas nunca. É claro que tudo isso pesando em nossas cabeças não vai resultar em coisa boa. Uns 2 anos atrás eu me descobri com crises de ansiedade e começo de depressão porque rolou uma baita crise existencial/profissional. Eu fiquei muito dividida entre ter um emprego tradicional ou empreender de alguma forma. Atualmente as coisas tem se encaminhado e eu (acho) que encontrei um meio termo que faz sentido pra mim. As coisas ainda não estão como eu gostaria (até porque não tenho ainda total certeza do que eu quero) mas tudo tem se encaminhado muito bem. Penso que a solução é a gente deixar de se cobrar tanto e buscar o autoconhecimento no sentido de fazer o que a gente quer e não o que a sociedade ou qualquer pessoa espera da gente. Tem essa coisa também de parar de comparar nossa vida com o dos outros, cada um é cada um. Não é fácil, mas quando a gente entende isso, tudo fica mais leve. É muita coisa pra lidar, talvez procurar um psicólogo ou terapeuta ajude também. Gostei muito do seu post!

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    1. Oi Ju
      As soluções parecem simples, infelizmente não o são na prática. Eu tento não ficar pensando muito nessas coisas, porque se não eu fico pirada, entro numas noia comigo e ai complica.

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  6. Com certeza eu não faço parte dessa geração, apesar de escrever no blog e ficar em casa fazendo vários nadas, gostaria muito de uma rotina de trabalho normal, e no final do mês ter aquela graninha, o que me salvaria com maquiagens, roupas e contas, além da rotina claro. Mas sobre olhar a grama do vizinho e querer ser igual que atire a primeira quem nunca fez isso, as vezes é questão de dar o primeiro passo, e não olhar mais pro vizinho e sim regar sua grama e quem sabe plantar mudas para que floresçam grandes arvores ou colorem seu jardim. Beijos!

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    1. Oi Regi
      Eu gosto muito do lance de não ter um emprego tradicional. Como eu disse no post, eu nunca me encaixei nos trampos tradicionais. Eram torturas pra mim. Mas o lance de se comparar é quase automático e inevitável.
      Beijo

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  7. Achei sensacional esse texto e super me identifiquei!
    Faço hoje tratamento para ansiedade (não qualquer ansiedade, e sim aquela reconhecida como doença, que chegou ao ponto de desenvolver, em mim, a síndrome do pânico), e também para depressão. Isso tudo resultado de anos de cobrança, tanto de mim mesma quanto dos meus familiares. E pra quê? Para ficar doente?
    Cara é injusto se cobrar por algo que é o resto de sua vida. A gente não tem certeza de nada, nunca teremos. E a gente não quer mesmo talvez trabalhar no escritório, e não precisamos ser os mais ricos da Forbes com 25. Tudo vem ao seu tempo.
    Vai com força que você alcançará seu sonho. Parafraseando Charles Chaplin, o primeiro passo é confiar em você mesma!
    Grande beijo!

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    1. Oi Marina
      Eu não sei se fico feliz ou triste com tanta gente se identificando. Infelizmente, esse parece ser o nosso maior mal ultimamente. A vontade de fazer tudo e acabar não fazendo nada.
      Beijo

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